O Senado perdeu nesta sexta-feira (24) uma de suas vozes de mais peso: a do senador Jefferson Péres do PDT, vítima de um infarto aos 76 anos. O corpo do senador está sendo velado no Palácio Rio Negro, em Manaus.
Durante o dia, parentes, amigos, políticos e admiradores chegavam a todo instante para dizer adeus ao parlamentar. O enterro será na tarde deste sábado em Manaus. Ultimamente, o senador Jefferson Péres se dizia cansado da política. Cansado, principalmente, de escândalos. Jefferson Péres era temido pela estatura moral. Era de poucas palavras. Ao julgar o então presidente do Congresso Renan Calheiros, disse. “Eu não vou absolvê-lo se ele for culpado. Eu não vou condená-lo se ele for inocente ou se não conseguir provas”. Pelo seu crivo político passou muita lama do Senado. A violação do segredo do voto, por exemplo. “Nós estamos diante de um autêntico samba do crioulo doido”, declarou na ocasião. Não teve medo de pedir a cassação de colegas poderosos, como o ex-senador Luiz Estevão, acusado de quebra de decoro parlamentar. Referência de comportamento ético Eleito duas vezes, virou uma referência de comportamento ético numa instituição lutando para manter sua credibilidade. Tinha posições claras, sem se preocupar em fazer eco a teses populares. “Muitos brasileiros sofrem de complexo de inferioridade”, era seu derradeiro discurso no Senado. Para falar da ameaça à soberania da Amazônia: “deixem de se assustar tanto com a suposta internacionalização da Amazônia”. “Isso não vai acontecer. Agora, por favor, acionem as autoridades brasileiras para cuidar melhor da região”. Parecia bastante consciente de seu papel de referência ética ao responder a Heraldo Pereira. “O senhor não vai decepcionar?”, indagou Pereira. “A esta altura da minha vida é difícil”, respondeu o senador. !

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