O Brasil não quebrou, mas está a caminho e Bolsonaro precisa ser contido

 
A expressão "Brasil quebrado" não é algo que surpreenda. O Brasil quebrou nos anos 80, com o colapso da dívida externa, quebrou no início do governo Collor, com o calote na poupança, e quebrou três vezes no governo Fernando Henrique Cardoso, com sucessivas idas ao Fundo Monetário Internacional.

Quebrado estava, portanto, em janeiro de 2003, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o cargo com muitas apostas, no mercado financeiro, de que seria "Lula, o breve". Apostava-se que ele levaria o País a um novo calote internacional – o que jamais aconteceu. Ao contrário, Lula e sua equipe econômica acabaram com a dívida pública dolarizada, organizaram as contas externas, acumularam reservas e o Brasil viveu seu maior ciclo de prosperidade econômica com democracia. O resultado foi a conquista do "grau de investimento", selo de bom pagador, em consequência da solidez tanto nas contas internacionais, como nas contas internas.

Após seu governo, a sucessora Dilma Rousseff enfrentou um quadro internacional mais desafiador, mas, ao contrário da farsa propalada pela imprensa corporativa, que foi parte decisiva no golpe de 2016, esteve longe de "quebrar o Brasil". No período em que efetivamente conseguiu governar, entre 2011 e dezembro de 2014, Dilma manteve produziu superávits primários, manteve a dívida interna estabilizada e reforçou a política de acumulação de reservas internacionais. Seus "pecados" foram entregar a menor taxa de desemprego da história e vencer uma reeleição presidencial contrariando as expectativas do empresariado nacional e de grandes interesses internacionais – notadamente no setor do petróleo. A recessão a ela atribuída nos anos seguintes deve-se a dois fatores: Lava Jato e sabotagem no Congresso.


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