Câmara aprova publicação de biografias sem autorização

Câmara aprova publicação de biografias sem autorização
Artistas membros do Procure Saber defendem autorização
 
A Câmara dos Deputados aprovou a liberação de publicação de biografias sem autorização prévia. O projeto cria a possibilidade de quem se sentir atingido em sua honra com a obra buscar um juizado especial em busca de uma decisão que retire da biografia o trecho questionado em edições futuras. Esse pedido andaria em paralelo a ações civis e criminais consideradas cabíveis pela pessoa que se julgar prejudicada. O projeto segue para votação no Senado. O tema chegou ao Congresso após um intenso debate no meio artísticos. Figuras públicas como Roberto Carlos, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque chegaram a se organizar em um grupo, o Procure Saber, para defender a necessidade de autorização com o argumento de que as obras poderiam ferir o direito a privacidade. Após divergências internas, Roberto Carlos acabou deixando o grupo. O tema está em debate no Supremo Tribunal Federal (STF), onde o Sindicato Nacional dos Editores de Livros questiona um artigo do Código Civil que tem sido usado em decisões judiciais para sustentar decisões de censura prévia de publicações. A mudança aprovada na Câmara altera o artigo questionado no STF. O Código Civil passaria a deixar expresso que "a ausência de autorização não impede a divulgação de imagens, escritos e informações com finalidade biográfica de pessoa cuja trajetória pessoal, artística e profissional tenha dimensão pública ou esteja inserida em acontecimentos de interesse da coletividade".  Os deputados, porém, incluíram uma ressalva de que por decisão de juizado especial é possível retirar trechos em edições futuras. Pelo texto aprovado, "a pessoa que se sentir atingida em sua honra, boa fama ou respeitabilidade" poderá fazer a requisição, sem prejuízo de pedidos de indenização e eventuais ação penais. 

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