Em crise, DEM vê derrocada no Congresso

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Crise no DEM
Protagonista do cenário político no passado, o DEM (extinto PFL) perdeu seus principais quadros e hoje tem uma representação reduzida no Congresso.
As denúncias contra o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que era um dos principais nomes do partido, reforçam a crise iniciada em 2007, com a morte de Antônio Carlos Magalhães e a mudança de PFL para Democratas.
A bancada no Senado tem cinco senadores, um deles suplente. Em 2006, o partido chegou a ser a maior bancada da Casa, com 18 senadores. Na Câmara, a situação não é diferente. São 27 deputados. Até o ano passado, antes da criação do PSD, eram 43.
Além disso, em pouco mais de um ano, o partido perdeu a Prefeitura de São Paulo e os governos de Santa Catarina e Distrito Federal. Sua única governadora hoje é Rosalba Ciarlini, no Rio Grande do Norte.
No Senado, sem nomes com tradição no partido, José Agripino (RN) foi obrigado a acumular o cargo de líder e de presidente da legenda.
A derrocada ganhou força em 2009, com o "mensalão do DEM", que resultou na cassação de José Roberto Arruda do governo do DF.
Mas o principal golpe veio em 2011, quando Gilberto Kassab criou o PSD, com quadros tradicionais do DEM.
Responsável por idealizar a mudança do PFL para DEM, o ex-senador Jorge Bornhausen filiou-se ao partido de Kassab ao lado de parte das bancadas no Congresso. Com isso, nomes de tradição do extinto PFL não conseguiram se eleger, como o ex-vice presidente Marco Maciel.
Agripino atribui a crise ao papel de "coadjuvante" que a sigla adotou nos últimos anos, apoiando o PSDB, sem candidatos próprios.
Líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA) disse que os "erros" cometidos "foram embora com quem os cometeu", num recado a Bornhausen.
Para o futuro, a legenda aposta em novos nomes. O desempenho de Neto nas eleições para a Prefeitura de Salvador é fundamental para a sobrevivência do DEM, assim como o de Rodrigo Maia no Rio de Janeiro.
O resultado é crucial para a decisão sobre uma possível fusão com outra legenda, como PSDB ou PMDB.
Folha.com - GABRIELA GUERREIRO
MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA

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