Dinheiro desviado de prefeituras financiava campanhas


Um dia após a prisão de sete prefeitos e dois ex-prefeitos e mais 21 contadores, secretários, advogados, assessores e lobistas na Operação Geleira, o delegado regional de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Janderlyer Gomes, revelou que as empresas que vendiam notas fiscais frias cobravam de 10% a 20% do valor das verbas desviadas.
As notas frias eram vendidas, segunda ele, para as prefeituras do interior do Piauí prestarem contas dos recursos federais do SUS e do Fundeb (Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino Básico).
A investigação também chegou a agiotas que se beneficiaram de parte do dinheiro desviado da Saúde e da Educação. Esses agiotas recebiam mensalmente dinheiro das prefeituras para pagamento, com juros, do dinheiro que emprestaram aos prefeitos para gastos com campanha de suas eleições.
— Se as empresas forneciam notas fiscais comprovando gastos fictícios de R$ 100 mil, recebiam de R$ 10 mil a R$ 20 mil dos prefeitos. Em relação aos agiotas, eles emprestaram dinheiro aos prefeitos para a campanha e ago$estão cobrando, com juros altos — disse Gomes, coordenador da Operação Geleira.
Os agentes federais encontraram R$ 42 mil em dinheiro vivo na casa do prefeito de Caracol, Isael Macêdo Neto (PTB). Ele alegou que guardava em casa seu salário.
— Encontramos na casa do prefeito de Caracol, um dos presos, R$ 42 mil em dinheiro. Cabe aos prefeitos o ônus da prova de que a origem do dinheiro é lícita ou não — disse Gomes.
A PF estima que os prefeitos desviaram cerca de R$ 20 milhões de SUS e Fundeb.
O governador do Piauí, Wilson Martins (PSB) exonerou ontem o presidente do Instituto de Assistência Técnica de Extensão Rural (Emater), Francisco Donato de Araújo Linhares Filho, Chico Filho (PMDB), ex-prefeito de Uruçuí e preso na operação.”

VAMOS NÓS – Como vão mesmo as investigações de operação que a CGU desencadeou por essas bandas e que tinha como alvo licitações fraudulentas em várias prefeituras?

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