A crise de Brasília
Na capital federal, o dia seguinte sempre consegue ficar um pouquinho pior do que a véspera.
Aliados do governador José Roberto Arruda conseguiram impedir o depoimento do cineasta-delator Durval Barbosa, aquele que distribuía maços de dinheiro para  deputados, secretários e o próprio governador. A maioria dos deputados distritais quer o ex-secretário calado porque uma só pergunta faria o céu desabar sobre Brasília: de onde vieram  os muitos milhões que distribuiu?
Outra abominável pratica a lamentar no Planalto Central corre por conta das telinhas. Todas as redes de TV vem cobrindo com eficiência o escândalo do  mensalão local. Os telejornais locais não poupam os participantes.
O constrangimento aparece   quando entram os intervalos comerciais. Neles, é  maciça a propaganda do governo Arruda, com criancinhas sorrindo, donas de casa festejando   e operários trabalhando entre tratores, guindastes e obras brotando do chão – tudo sob a mensagem de “três anos trabalhando para você!”
Raras vezes jornalismo e propaganda bateram tão de frente assim. Em termos de ética, as emissoras não deveriam ter denunciado os contratos de publicidade? Ou, no reverso da medalha, o Arruda não poderia tê-los retirado?

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