Só o voto resolve

Lendo a matéria do Jornalista Carlos Santos no Jornal de Fato de hoje, intitulada " Só o voto resolve", me chamou atençao, e resolvi publicar o têxto na íntegra.
Em 2008, numa tentativa de impedir o chamado político ficha-suja, o colegiado de presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) sugeriu “pente fino” na hora do registro de candidatura. Pela proposta, os que respondem a processo, com condenação em primeira instância, estariam inelegíveis. Ótimo, seria. A tentativa esbarrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), embora o seu presidente, ministro Carlos Ayres Britto, tenha apresentado voto favorável. Prevaleceu a tese do transitado em julgado, ou seja, todo acusado é inocente até a condenação em última instância. Os políticos, corruptos, se agarram nessa discrepância legal. Pois bem, se até a Justiça mantém vivo o ficha-suja, a classe política não se acha obrigada a cortar na própria carne. Ontem, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados rejeitou o projeto de lei 7.191/06, que obriga os candidatos a cargos eletivos a apresentar seus currículos à Justiça Eleitoral no momento da candidatura. A proposta, de autoria do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), também obriga a Justiça a divulgar as informações dos candidatos na internet. Seria uma forma de tornar mais transparente a vida do candidato. Prevaleceu o parecer contrário apresentado pelo deputado Geraldo Pudim (PMDB-RJ). A justificativa – pasme – “seria uma ofensa à privacidade dos candidatos.” Pudim ilustrou que a apresentação do currículo, por exemplo, poderia constranger os que não tiveram a oportunidade de estudar. Imagine se Pudim tivesse um filho que, a exemplo de milhares de jovens pobres brasileiros, fosse obrigado a apresentar atestado de pobreza para ser dispensado da taxa de inscrição ao concurso vestibular. Aí, sim, o parlamentar saberia o que é constrangimento. Nesse caso, e mais uma vez, o político atuou em causa própria. Transparência não é o melhor para a grande maioria. Raríssimas são exceções. Então, nada a fazer, senão esperar que o colegiado de presidentes dos TREs retome a luta pela saúde da política brasileira, a partir de uma assepsia na área, varrendo os fichas-sujas, que nada – absolutamente nada – têm a acrescentar ao país. Enquanto isso não acontece, é lembrar ao cidadão que ele próprio pode começar a varredura, usando a arma mais democrática em suas mãos: o voto. 2010 está bem aí

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