Pai de caçador morto no interior acusa fiscais do Ibama de forjarem cena do crime

O agricultor Esaú Barbosa, 50 anos, pai do caçador Emanoel Gesian Barbosa, 20, que foi morto a tiros em confronto com fiscais do Ibama no município de Jandaíra no dia 22 do mês passado, veio a Natal cobrar da Polícia Federal o andamento das investigações. "O prazo que eles nos deram para concluir o inquérito era de 15 dias, mas prorrogaram para mais 15. Esse tempo está acabando e vejo ainda os culpados soltos". O agricultor também exigiu prestar depoimento sobre o caso. "Eu ainda não fui ouvido, pois acharam que não era necessário". Segundo Esaú Barbosa, além de os fiscais terem atirado contra seu filho, eles teriam tentado incriminar um adolescente de 16 anos, que acompanhava o caçador. Ele também afirma que não houve confronto com os fiscais. "Meu filho não foi caçar com arma de fogo. Eles chegaram já atirando, sem perguntar nada. Depois ainda jogaram o outro garoto em cima do corpo e colocaram balas no corpo dele para dizer que foi ele quem o matou".O pai do jovem morto diz ainda que os fiscais do Ibama teriam bebido antes de irem trabalhar. "Eles sempre bebiam antes de entrar na mata". Antes de ir à Polícia Federal, acompanhado do filho mais velho, o técnico em agropecuária Francisco Geovane Barbosa, 26, o agricultor foi à Coordenaria de Direitos Humanos do Estado para receber auxílio psicológico e social. A psicóloga do Centro de Atendimento à Vítimas de Violência (Ceavv) da coordenadoria, Cândida Souza, garante que além da assistência socio-pisoclógica, "estaremos acompanhando juridicamente o caso, para que não fique no esquecimento". A reportagem tentou entrevistar representantes da PF sobre o assunto, mas não houve retorno.

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