Mistério cerca morte de agricultor baleado por PMs durante ocorrência

A Quarta Delegacia Regional de Polícia Civil (IV DRPC) está com a difícil incumbência de investigar as circunstâncias em que ocorreu a morte do agricultor José Agripino Gonçalves. Ele tinha 56 anos e morava na zona rural desta cidade. Segundo a versão dos seus familiares, ele foi morto covardemente por um grupo de policiais militares que foram à sua residência. Já a versão dos PMs é totalmente diferente. Eles afirmam que, na verdade, são as vítimas e que teriam matado Agripino para não morrer. Por enquanto, o caso ainda é um mistério.Ontem, apesar de ser feriado facultativo, alguns familiares da vítima e também os policiais militares que participaram da ocorrência foram ouvidos na Delegacia Regional de Pau dos Ferros. Antes mesmo de colher os depoimentos oficialmente, o delegado Inácio Rodrigues de Lima já possuía as duas versões para o mesmo fato. Segundo os policiais militares, durante a madrugada de domingo passado, uma pessoa informou à Central de Operações (COPOM) do Sétimo Batalhão da Polícia Militar (VII BPM) que um desconhecido estava efetuando tiros na zona rural.Ainda segundo a guarnição, ao chegarem ao local, Agripino teria reagido. A partir daí surgem as contradições. Neste primeiro momento, segundo Inácio Rodrigues, os PMs teriam afirmado que foram agredidos com golpes de faca. Até a confirmação da morte do agricultor José Agripino, a arma que estava sendo usada pelo agricultor para atirar contra luminárias da zona rural não havia sido localizada. "Eles, inclusive, apresentaram um colete à prova de balas com marcas de faca", conta o delegado Inácio Rodrigues. "Mas depois, surgiu uma outra história bem diferente", diz.Horas depois do ocorrido, a esposa do agricultor entrou em contatou com a polícia e entregou a arma que pertencia ao seu marido. À Polícia Civil, ela contou que na chegada dos militares à sua residência, seu marido já havia escondido a arma dentro de uma gaveta e foi morto a tiros sem esboçar nenhum tipo de reação. "Ela contou que ele saiu correndo e eles atiraram", explica Inácio, ressaltando, porém, que todas as contradições encontradas nas versões iniciais ainda seriam oficializadas durante o depoimento das testemunhas e também dos policiais militares que participaram do ocorrido.

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