Uma situação delicada para o Presidente Lula

Não é só a CPI da Petrobras que está tirando o sono dos governistas. A rigor, o governo Lula está passando por um momento de muitas dificuldades. Além das denúncias que pesam sobre a gestão do PT na Petrobras, empresa que sintetiza o nacionalismo dos brasileiros, o Palácio do Planalto está descascando outros abacaxis azedos, a começar pela dependência que o governo tem hoje do PMDB. No Congresso Nacional, o governo está literalmente nas mãos dos peemedebistas que, magoados com as demissões de afilhados na Infraero, fizeram vista grossa permitindo a instalação da CPI da Petrobras. Agora, o governo corre atrás do prejuízo e sabendo que, mais adiante, ainda vai ter que se dobrar ao PMDB nas negociações para a sucessão presidencial. E este é outro problema. A inflamação muscular nas pernas que levou Dilma Rousseff (PT) ao hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, expõe toda a fragilidade da candidata do presidente Lula à sua sucessão. Com um câncer linfático, a ministra não tem condições de transmitir segurança a ninguém. Por mais que se esforce, Dilma é humana, não é uma máquina. Melhor seria que ela se recolhesse por uns tempos, ao invés de ficar dando demonstrações de que é uma super mulher, enquanto o presidente Lula fala como se ela estivesse com um resfriado, tendo já afirmado que a ministra "já etava curada" logo após a divulgação a doença. Queira ou não, o presidente Lula tem que estar com um plano B, porque Dilma pode não ser candidata. E, se isso acontecer, as negociações para o sucessão presidencial serão complicadas. Por fim, a recessão técnica. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, finalmente, admitiu que o Brasil passou por uma recessão técnica, em consequência da crise financeira mundial. E mesmo enfatizando que o país já saiu do fundo do poço, muitas interrogações ainda persistem na área econômica, a arrecadação ainda não foi recuperada e as taxas de desemprego continuam preocupantes. E, por incrível que pareça, em todas as áreas, ações do governo dependem do humor dos peemedebistas governistas. Enfim, aodar corda ao PMDB para dobrar a oposição no Congresso Nacional, o presidente Lula, na verdade, firmou um pacto com o diabo.