Júnior Escocia era o mentor do esquema na Câmara de Mossoró
O esquema montado pelo ex-vereador Júnior Escóssia dentro da Câmara Municipal de Mossoró (CMM) entre 2005 e 2007, através de empréstimos consignados à Caixa Econômica Federal (CEF), sem o devido desconto dos valores na folha de pagamento dos parlamentares, tinha um objetivo: garantir sua reeleição à presidência da Câmara, em 2005, com apoio de todos os colegas vereadores. Dinheiro em troca de apoio.A afirmação é dos promotores de justiça Eduardo Medeiros Cavalcante e Fábio Weimar Thé na denúncia criminal apresentada à Justiça na quinta-feira, 2, acusando o ex-presidente da Casa e mais 11 vereadores e ex-vereadores de crimes como peculato, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha. O grupo é acusado de se apropriar indevidamente de R$ 298.453,19 dos cofres públicos entre 2005 e 2007.Foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) o ex-presidente da Câmara Júnior Escóssia, os ex-vereadores Aluízio Feitosa, Benjamim Machado, Gilvanda Peixoto, Manoel Bezerra, Izabel Montenegro, Osnildo Morais e Renato Fernandes, além dos vereadores reeleitos Claudionor dos Santos (atual presidente da Casa), Daniel Gomes, Chico da Prefeitura e Francisco José Júnior. As ex-vereadoras Arlene de Souza e Cícera Nogueira - que também estavam sendo investigadas - não foram incluídas na lista de denunciados porque não cometeram nenhum ilícito, segundo os promotores.De acordo com o MP, o ex-vereador Júnior Escóssia teria conseguido o apoio dos demais parlamentares, depois de garantir que a Câmara Municipal pagaria os empréstimos feitos por eles, sem que o débito fosse descontado em seus contracheques.O ex-vereador e atual funcionário público municipal Júnior Escóssia nega as acusações e assegura que todos os empréstimos foram pagos pelos vereadores que contraíram o débito. Ao telefone, Júnior Escóssia, disse que existem provas de que todo o processo de empréstimos aconteceu na legalidade. "Quem fez empréstimo pagou. Acho que alguns membros do Ministério Público têm exagerado um pouco. Não se pode jogar na lama o nome de pessoas de bem que não têm antecedente criminal e quem têm uma história de vida desse jeito, antes de provar tudo", disse.O parecer do MP é baseado no depoimento de testemunhas ouvidas durante as investigações da "Operação Sal Grosso", iniciada em novembro de 2007, e na perícia de documentos apreendidos durante a investigação."Instalou-se na Câmara já em janeiro de 2005, por parte da grande maioria dos vereadores eleitos acusados na presente denúncia, verdadeira organização criminosa com o fim de subtrair o dinheiro público (...) verifica-se a ocorrência de acordo entre os denunciados para reeleger o senhor João Newton da Escóssia Júnior como presidente da Câmara Municipal", afirmam os promotores no documento entregue à Justiça.Uma das testemunhas ouvidas na investigação (nome preservado) afirmou que "a decisão de não descontar as respectivas parcelas mensais dos empréstimos consignados sempre foi determinada pelo presidente da CMM, com o devido acordo dos outros vereadores".

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