A Paz Pública de 2008 em torno do PT
A Paz Pública de 2008Comentário do blog:Lá se vão 30 anos. Em 1978, Aluízio Alves, líder do então MDB - Movimento Democrático Brasileiro - se une aos adversários Tarcísio Maia e a Dinarte Mariz, da Arena, selando a Paz Pública, na eleição de Jessé Freire para o Senado (naquela época, ainda na ditadura militar, não havia eleição para governador).No último sábado, dia 3 de maio, a classe política do Rio Grande do Norte nos proporcionou um momento parecido com o de 78.Wilma de Faria, Garibaldi Filho, Carlos Eduardo Alves e Henrique Eduardo Alves juntaram-se para apoiar a candidatura de Fátima Bezerra, do PT, à Prefeitura de Natal.É o acordão 2008. E por que não dizer, a Paz Pública de 2008.Afinal, quem imaginaria a união de Wilma com Garibaldi após a eleição disputadíssima de 2006? Nem mãe Dinah, a vidente.Mas o acordo saiu por conta de 2010. Não foi por causa de 2008, não. Por mais que os caciques neguem, digam que não, o que pesou foi o cenário de 2010.Wilma de Faria descartou a candidatura própria do PSB porque tem acesso a pesquisas que a colocam em extrema dificuldade para o Senado daqui a pouco mais de dois anos.A situação de Garibaldi Filho não é tão complicada, mas corre lá alguns riscos.O grande alvo desse acordo é o líder do Democratas, José Agripino Maia, que também concorrerá ao Senado em 2010.Como são dois votos para senador, Agripino tem o eleitorado dele e é votado tanto com Wilma como também com Garibaldi. Por conta do segundo voto, o líder do Democratas chega a liderar a corrida para o Senado em algumas regiões do estado.Na maioria delas, Agripino está colado com Garibaldi e Wilma sobra na chapa.Por isso, Wilma agarrou-se a Garibaldi já em 2008, criando a perspectiva de um voto casado em 2010.Em linhas gerais, essa é a grande motivação do acordo fechado agora.O presidente Lula teve papel fundamental nessa aliança. Aliás, é o argumento que os caciques encontraram para justificar o acordo junto aos seus liderados. E não foi fácil. Wilma teve de sacrificar Rogério Marinho, pré-candidato do PSB. Garibaldi Filho teve de descartar Hermano Morais, pré-candidato do PMDB.Wilma enfrenta outros complicadores. Ao fechar o acordo com o PMDB, criou um sério problemas com dois aliados de peso - Robinson Faria, presidente da Assembléia e líder de três legendas (PMN-PP-PTB), e João Maia, do PR. Para eles, o acordo só beneficia Carlos Eduardo para o Governo. E sequer foram ouvidos no processo.Os dois estão mais à vontade para apoiar Micarla de Sousa, do PV, até o momento, líder nas pesquisas de opinião.São dores de cabeça que se juntam à grande pressão emocional que a governadora vem sofrendo nas últimas semanas.Mas isso dá a dimensão da importância que Wilma dá a esse acordo com o PMDB.Um dos grandes beneficiados do acordão é, sem dúvida, o prefeito Carlos Eduardo Alves, bem avaliado administrativamente pela população.A aliança do PSB-PT-PMDB em torno de Fátima Bezerra pode ser uma prévia para eleger Carlos Eduardo Alves governador em 2010. Wilma, Garibaldi, Henrique e o PT, praticamente, fecharam uma chapa para o cenário daqui a dois anos.Como ficam os outros postulantes na base de Wilma - Robinson Faria, João Maia, Iberê Ferreira de Souza - se prevalecer a reeleição? E Rosalba Ciarlini, senadora de Garibaldi?O acordão selado no último sábado (3) dá a Fátima Bezerra a chance de realizar o seu grande sonho desde que abraçou a vida pública: administrar Natal.Ela já disputou e perdeu três vezes. E com essa aliança, um verdadeiro rolo compressor, Fátima tem reais chances de vencer. Pode repetir o presidente Lula que perdeu três para chegar à Presidência da República.Como Lula, Fátima é uma migrante. Paraibana de Nova Floresta, ela não foi para São Paulo, não. Veio para o Rio Grande do Norte completar os estudos e aqui se tornou professora, dirigente sindical, entrou na política, tentou ser prefeita de Natal e elegeu-se deputada federal.Veio de baixo, como o presidente Lula, que, aliás, virá a Natal fazer campanha para a candidata do PT. É ou não é um rolo compressor - Wilma, Garibaldi, Henrique, Carlos Eduardo e Lula num mesmo palanque?E tudo indica que a eleição deverá ser decidida no primeiro turno. Com duas candidaturas polarizando as atenções - a de Micarla e a de Fátima - é pouco provável que alguém deixe de atingir os 50% mais um de votos.O acordão 2008 é uma realidade. Com a palavra, o eleitor de Natal. Enviado por Diógenes Dantas às 04h46min

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